Depois dos seios e dos glúteos, chegou a vez das pernas ganharem próteses para garantir um visual turbinado. A colocação de silicone nas batatas da perna, as panturrilhas, é a nova sensação entre as mulheres que se mostram insatisfeitas na hora de vestir um short ou uma saia mais curta.
A auto-estima baixa pela falta de proporção entre coxa e panturrilha e a vontade de deixar a parte inferior da perna mais torneada é o que tem feito com que a mulherada recorra cada vez mais à cirurgia plástica.
A cirurgia de implante de prótese nas pernas chegou ao Brasil em meados da década de 80. Inicialmente era realizada para corrigir defeitos ocasionados pela paralisia infantil. Atualmente é uma das cirurgias plásticas mais procuradas por quem tem pernas finas com panturrilhas pequenas em relação ao resto da perna, situação que é difícil de corrigir com exercícios ou musculação.
Considerações Técnicas
Na operação é colocada uma prótese de silicone na panturrilha. A prótese fica alojada sobre o músculo, o que proporciona um volume natural. A cicatriz é bem discreta porque a incisão é feita na parte posterior do joelho, perto das “dobrinhas”. A recomendação após a cirurgia é que os pacientes utilizem meias elásticas e ande com calçados com salto tipo médio. Assim, a prótese fixa-se no local correto.
Os pacientes devem ainda repousar durante três dias. Depois de quinze dias podem retomar as suas atividades normais e dois meses após a cirurgia podem praticar exercícios físicos.
Os implantes de panturrilhas são próteses permanentes com uma forma natural e disponíveis numa extensa gama de volumes. Sua massa específica é idêntica ao do corpo humano. Estes implantes incorporam uma membrana de baixa permeabilidade junto à cápsula, com a finalidade de evitar um microvazamento do gel. O gel de silicone é suficientemente coeso para não migrar, em caso de rotura do implante.
Orientações pré-operatórias
Com a intenção de esclarecer algumas dúvidas, queremos passar orientações que julgamos importantes sobre a intervenção cirúrgica.
Período prévio à cirurgia:
Recomenda-se:
Na Noite Véspera da Cirurgia:
No Dia da Cirurgia:
Orientações pós-operatórias:
As perguntas mais comuns quanto a esta cirurgia são:
1 – A CIRURGIA DE PRÓTESE DE PANTURRILHA DEIXA CICATRIZES?
Esta cirurgia permite-nos colocar as cicatrizes bastante disfarçadas, o que é muito conveniente nos primeiros meses. Para melhor esclarecê-la sobre a evolução cicatricial, vamos relatar os diversos períodos pelos quais as cicatrizes infalivelmente passarão:
a) PERÍODO IMEDIATO: Vai até o 30ºdia e apresenta-se com aspecto pouco visível. Alguns casos apresentam uma discreta reação aos pontos ou ao curativo.
b) PERÍODO MEDIATO: Vai do 30º dia até o 12º mês. Neste período há o espessamento natural da cicatriz, bem como se inicia uma mudança de sua cor, passando para mais escuro que vai, aos poucos, clareando. Não podemos apressar o processo natural da cicatrização, e o período tardio geralmente diminui os vestígios cicatriciais.
c) PERÍODO TARDIO: Vai do 12º ao 18º mês. Neste período, a cicatriz começa a tornar-se mais clara e menos consistente, atingindo, assim, o seu aspecto definitivo. Qualquer avaliação do resultado definitivo da cirurgia, no tocante à cicatriz, deverá ser feita após este período.
2 – ONDE SE LOCALIZAM AS CICATRIZES E PRÓTESES?
Na prega posterior do joelho mais ou menos 5 cm de extensão. As próteses estarão localizadas atrás da fascia muscular interna ou externa do músculo gastrocnemio. Por este motivo não preenche a canela.
3 – COMO FICARÃO AS CICATRIZES?
As cicatrizes serão permanentes, e vão se modificando com o decorrer do tempo. Cada paciente comporta-se diferentemente de outro, em relação à evolução das cicatrizes, podendo, mesmo, em alguns casos, tornar-se imperceptível.
Certas pacientes podem apresentar tendência à cicatrização inestética (cicatriz hipertófica e queloide). Este fato deverá ser discutido, durante a consulta inicial, bem como suas características familiares. Pessoas de pele clara tendem a desenvolver menos este tipo de cicatrização.
Vários recursos clínicos e cirúrgicos nos permitem melhorar tais cicatrizes inestéticas, na época adequada. A cicatriz hipertrófica ou quelóide, não devem ser confundidas, entretanto, com a evolução natural do período mediato da cicatrização. Qualquer dúvida a respeito da sua evolução cicatricial deverá ser esclarecida durante seus retornos pós-operatórios, quando se pode fazer a avaliação da fase em que se encontra.
4 – EXISTE CORREÇÃO PARA CICATRIZES HIPERTRÓFICAS?
Vários recursos clínicos e cirúrgicos nos permitem melhorar tais cicatrizes inestéticas, na época adequada. Não se deve confundir, entretanto, o “período mediato” da cicatrização normal (do 30º dia até o 12º mês) como sendo uma complicação cicatricial. Geralmente não realizamos correções cicatriciais antes de 6 meses. Qualquer dúvida a respeito da sua evolução deverá ser esclarecida comigo.
5 – COMO FICARÃO MINHAS PERNAS, EM RELAÇÃO AO TAMANHO CONSISTÊNCIA?
As pernas terão seu volume aumentado através da cirurgia, melhorando sua consistência e forma com a intervenção cirúrgica. Assim é que, neste caso, pode-se escolher o novo volume, pois se dispõe de vários tamanhos e tipos de próteses de silicone a serem introduzidas. Deverá existir uma harmonia entre o volume das pernas e coxas e o tamanho do quadril, característica esta que deve ser objetivada no planejamento da cirurgia. As pernas operada passará por vários períodos evolutivos em função do processo cicatricial.
a) PERÍODO IMEDIATO: Vai até o 30º dia. Neste período, apesar das pernas se apresentarem com aspecto melhorado, sua forma e volume ainda estão além do resultado planejado. Geralmente ainda estão muito inchadas.
b) PERÍODO MEDIATO: Vai do 30º dia até o 3º mês – Neste período, as pernas começam a apresentar uma evolução que tende à forma definitiva. Ainda existe, neste período, um certo grau de “inchaço” das pernas; além disso, o aspecto cicatricial encontra-se em plena fase de transição.
c) PERÍODO TARDIO: Vai do 3º até o 18º mês. É o período em que as pernas atinge seu aspecto definitivo (cicatriz, forma, consistência, volume, sensibilidade, etc.).
6 – O PÓS-OPERATÓRIO DESTA CIRÚRGICA É DOLOROSO?
Geralmente ocorre manifestação dolorosa de graus variáveis, comumente associada ao movimento de deambulação, que costuma regredir com analgésicos comuns e uso de meias compressivas.
7 – QUAL O TIPO DA ANESTESIA UTILIZADA?
Anestesia geral; peri-dural ou raquianestesia sob sedação.
A escolha da técnica empregada será a cargo do anestesista da equipe, de acordo com os critérios científicos rigorosos que cada caso demanda.
8 – QUANTO TEMPO DURA O ATO CIRÚRGICO?
Em média de 2 horas. Entretanto, o tempo de ato cirúrgico não deve ser confundido com o tempo de permanência do paciente no ambiente de Centro Cirúrgico, pois, esta permanência envolve também o período de preparação anestésica e recuperação pós-operatória. Durante o ato operatório, poderá ser emitido periodicamente boletins sobre a cirurgia e o estado da paciente, caso a família queira.
9 – QUAL O PERÍODO DE INTERNAÇÃO?
De 12 a 24 horas, geralmente.
10 – SÃO UTILIZADOS CURATIVOS E DRENOS?
Sim. Curativos elásticos e/ou modelantes, especialmente adaptados a cada tipo de pernas. São trocados periodicamente pela minha equipe. Os drenos, não são utilizados.
11 – QUANDO SÃO RETIRADOS OS PONTOS?
Entre o 10º e o 20º dia pós-operatório, devendo ser rigorosamente realizados pela minha equipe.
12 – QUANDO PODEREI RETORNAR AOS MEUS EXERCÍCIOS?
Depende do tipo de exercícios e da evolução individual, não existe um período padrão. Exercícios pesados devem aguardar de 30 a 60 dias.
13 – O QUE VEM A SER O ENDURECIMENTO DAS PERNAS (CONTRATURA CAPSULAR)?
Conhecida popularmente como rejeição, é uma retração exagerada da cápsula fibrosa (cicatriz interna) que se forma em torno da prótese, que determina diferentes graus de endurecimento à região, quando palpada. Alguns casos podem sofrer retração e em casos de esvaziamento, esta retração poderá ser mais acentuada, se isto ocorrer as próteses poderão ser retiradas e trocadas.
Posteriormente, ambos, eu, cirurgião, e você, paciente, poderemos ponderar sobre a conveniência ou não da reintrodução de outras próteses, com um diferente plano de introdução ou outra conduta que melhor se adapte ao caso. A retração da cápsula não reflete um problema cirúrgico, mas sim, um comportamento reacional exacerbado do organismo, devido à presença das próteses de silicone.
14 – QUANDO O RESULTADO SERÁ DEFINITIVO?
Apesar do resultado imediato e mediato serem satisfatórios, somente entre o 12º e 18º mês é que as pernas atingirão sua forma definitiva. Toda e qualquer preocupação da sua parte deverá ser transmitida à mim que lhe prestarei os esclarecimentos complementares necessários. Um curto período de depressão emocional poderá ocorrer nas 1as semanas, devido ao aspecto transitório e geralmente advém da ansiedade de se atingir o resultado final. Lembre-se que nenhum resultado de cirurgia de prótese de panturrilha pode ser considerado definitivo antes de pelo menos 12 meses.