A cirurgia plástica tem um papel importante na sociedade atual, proporcionando melhora na qualidade de vida de muitas pessoas. A correção estética promove um aumento da auto-estima, é benéfica para a integração do indivíduo na sociedade. Por este motivo, muitos adolescentes vêm adotando a prática nos últimos tempos.
Geralmente, eles ficam insatisfeitos com as mudanças ocorridas no corpo durante a fase de crescimento e em alguns casos não estão preparados para lidar com os padrões de beleza impostos. Alguns chegam a evitar o convívio social e ficam infelizes, o que preocupa muito os pais, que acabam comovidos e buscam solucionar o problema para que seus filhos mantenham uma vida normal.
A cirurgia plástica em adolescentes ainda é muito polêmica e controversa, mas fato é que o aumento dessa procura nas clínicas de cirurgia plástica aumentou muito nos últimos anos.
Talvez pela imposição da mídia de corpos perfeitos e torneados somados a uma mudança de padrões de beleza e hábitos alimentares ocorrida há algumas décadas.
A insatisfação com o próprio corpo numa sociedade que prima pela perfeição estética tem levado muitas adolescentes aos consultórios de cirurgia plástica. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), das mais de 700 mil cirurgias realizadas no Brasil, 15% são em adolescentes. Há 10 anos este índice era de 5%. As estatísticas não são oficiais, mas especialistas confirmam que o número de adolescentes em seus consultórios aumentou nos últimos anos. Esta nova realidade traz algumas questões, como a idade limite para estas cirurgias. Alguns especialistas preferem analisar caso a caso. Outros estabelecem os 17, 18 anos como faixa etária mínima. Em ambas as situações os cirurgiões plásticos afirmam que dois critérios têm que ser avaliados rigorosamente: maturidade psicológica da paciente e o desenvolvimento completo do corpo.
As cirurgias mais procuradas são as de prótese de mama, as lipoaspirações, a rinoplastia, otoplastia e a ginecomastia.
Indicações:
Na opinião dos profissionais da área, o adolescente precisa ter estrutura para lidar com a mudança e não recomendam cirurgias em menores de 15 anos. Nesta fase, as expectativas são maiores que os resultados, sendo importante manter uma conversa franca sobre as necessidades do paciente e o que a cirurgia pode oferecer. Além disso, sem condições físicas adequadas, como capacidade de regeneração do organismo, qualidade da pele e desenvolvimento do órgão, o resultado fica comprometido. Muitos cirurgiões solicitam exames clínicos detalhados e sugerem orientação psicológica aos jovens, antes de concordarem em realizar o procedimento. Ter um acompanhamento psicológico antes de fazer uma plástica é imprescindível para os adolescentes, pois esta é uma fase de incertezas e não dá para ter dúvidas em um procedimento cujos resultados são definitivos.
Momento cronológico ideal
Orelhas em abano: neste caso, a escolha começa bem cedo. A partir dos 5-7 anos elas estão com a estrutura formada e com o tamanho próximo daquele que terão na fase adulta. Cabe aos pais avaliarem a necessidade da criança, pois é comum a rejeição por parte dos amiguinhos por conta de piadas e apelidos.
Redução das mamas: por volta dos 15-16 anos, quando as mamas estão completamente desenvolvidas. É importante avaliar o grau de desconforto que o tamanho das mamas causa, tais como problemas de postura e coluna.
Nariz: a partir dos 15 anos, quando a formação de ossos e cartilagens nasais está completa. A cirurgia de nariz também pode ser feita em qualquer idade da vida (após a mínima já mencionada), como recurso para rejuvenescer, quando é levantada a ponta do nariz caído.
Ginecomastia (correção das mamas masculinas): geralmente com 17-18 anos o jovem pode recorrer à cirurgia, quando as mamas estão totalmente desenvolvidas. Para um bom resultado, é imprescindível que o paciente esteja em seu peso ideal e muito seguro a respeito da opção.
Lipoaspiração: existem muitas controvérsias. Alguns médicos consideram que a partir dos 15 anos já é possível realizar o procedimento. É importante observar que o método não emagrece e a pessoa não deve estar mais do que 25% acima do peso ou ter flacidez excessiva na região.
Aumento das mamas: a partir dos 15-16 anos a formação da mama está completa. Alguns cirurgiões consideram cedo, devido à paciente não estar psicologicamente amadurecida.
Acima do senso estético é dever do cirurgião plástico avaliar fisicamente e psicologicamente os benefícios do procedimento proposto. O completo desenvolvimento físico é fator primordial. Sem o corpo estar completamente formado, os resultados podem ser desastrosos. A avaliação física, a primeira consulta, a presença dos pais e algumas vezes avaliações do endocrinologista e psicólogo são essenciais para uma boa indicação cirúrgica.
É preciso estar atento para o fato de que o adolescente vive uma fase de angústia com o crescimento e insatisfação. Se a decisão de fazer a cirurgia não é decorrente de problemas graves de relacionamento, a adolescente está tentando resolver sua angústia mudando o seu corpo. O risco deste comportamento é a busca recorrente por cirurgias, uma vez que a angústia vai retornar.
Bom é que pacientes com distúrbios psicológicos e dificuldade de socialização, podem mudar bruscamente após uma otoplastia, rinoplastia ou prótese de mama por exemplo.