Cirurgia de Aumento das Mamas
A cirurgia de inclusão de prótese mamária é sem dúvida uma das cirurgias mais realizadas atualmente entre as cirurgias estéticas. Isso se deve, principalmente, ao resultado gratificante alcançado pela maioria das pacientes após a cirurgia.
A mastoplastia de aumento, como também é chamada, pode ser utilizada com alguns objetivos diversos, como o simples aumento das mamas, melhora do formato delas e até mesmo atenuação da flacidez mamária, muito comum após as gestações.
Idade para a inclusão de mastoplastia de aumento
As mamas nas mulheres chegam ao ápice do desenvolvimento ao final da puberdade. Tanto para as cirurgias redutoras (mamoplastia redutora) quanto para as cirurgias de aumento (prótese de mama), aconselhamos as pacientes a atingirem uma idade em que o seu ciclo menstrual se regularize, sendo esta idade em torno dos 17 a 18 anos.
A cirurgia
As fotos pré-operatórias são feitas na sala de cirurgia e a área a ser operada é marcada com a paciente em pé e deitada.
A cirurgia leva em torno de 1 hora e é feita sob anestesia local e sedação. Esse tempo do ato cirúrgico não deve ser confundido com o tempo de permanência da paciente no ambiente de centro cirúrgico, pois, esta permanência envolve também o período de preparação anestésica e recuperação pós-operatória.
O tempo de internação é de cerca de 6 horas.
A cirurgia de inclusão de prótese tem algumas particularidades a serem discutidas na consulta médica. Vamos falar um pouco sobre elas:
Incisão
As incisões da mamoplastia de aumento podem ser feitas em três locais diferentes:
Cada um destes locais tem aspectos particulares que serão discutidos durante a consulta. Com esses dados nós escolheremos juntos o local da sua incisão.
Via sulco mamário
A incisão é feita abaixo da mama, na prega infra-mamária. Esta via é a abordagem mundialmente mais realizada e proporciona o máximo de acesso para dissecção e colocação de um implante mamário. Na maioria dos casos, é a técnica preferida para introdução de implantes de silicone em gel, devido à incisão ser mais favorável.
Nesta técnica a incisão fica próxima a região onde será colocado o implante, não havendo necessidade da criação de túneis de acesso à loja mamária. Descola-se exatamente o espaço necessário para a colocação dos implantes mamários, não havendo o risco destes se deslocarem com a cicatrização ou com o tempo.
Outro ponto positivo é que, esta técnica agride muito pouco o tecido mamário, já que a mama é simplesmente levantada para o implante poder ser colocado por debaixo dela. Desta maneira não altera-se a arquitetura funcional das mamas. Isso é importante no sentido de reduzir complicações pós-operatórias e não interferir em uma futura amamentação.
Via areolar
Esta incisão oferece uma abordagem ideal quando são necessários ajustes para a elevação das aréolas.
Nesta técnica a incisão é colocada ao longo da metade da borda inferior ou superior da aréola, dita “em meia lua”.
Pode ser difícil colocar implantes de gel de silicone através desta incisão, principalmente se forem de de grandes volumes. Seja qual for a via de acesso é necessário um tamanho mínimo de incisão de 4 a 5 cm para que a prótese seja introduzida sem lesa-la. Por isto, as pacientes candidatas a esta técnica devem que ter uma aréola de tamanho adequado.
Da mesma maneira que o acesso pela incisão inframamária, nesta técnica descola-se apenas o espaço necessário para o posicionamento da prótese, não havendo risco de deslocamentos do implante posteriormente.
Na cirurgia plástica, normalmente procuramos colocar as cicatrizes em locais mais escondidos. Por ser uma região de destaque nas mamas, a colocação de uma cicatriz nas aréolas pode gerar um resultado estético desfavorável caso as cicatrizes evoluam com algum problema. Em geral essa via de acesso dá cicatrizes de boa qualidade , mas isso não é totalmente controlável.
Essa técnica pode apresentar uma incidência maior de algumas complicações:
- Infecção e Contratura capsular – ocorrem em maior frequência nesta via pois é necessário transpor o tecido mamário para acessar a loja para a colocação da prótese. Isso acarreta um contato maior com a flora bacteriana presente nos ductos mamários, aumentando a chance de infecção e consequentemente de contratura.
- Problemas com amamentação – Isto se deve a cicatrização dos ductos mamários lesados para o acesso e a ocorrência de um tecido fibroso que pode causar a descontinuidade ou obstrução destes ductos.
- Perda da sensibilidade da aréola e do mamilo – Isto acontece porque, ao cortamos ao redor da aréola, cortamos ramos terminais dos nervos desta região. Na maioria das pessoas, estes nervos voltam a crescer e restabelecem a sensibilidade, porém em algumas pacientes, este retorno poderá ser incompleto.
Via axilar
Esta técnica coloca a incisão na região axilar. São confeccionados túneis de dissecção no sentido da axila em direção as mamas, preparando o espaço suficiente para a colocação dos implantes.
É realizada normalmente por meio da videoendoscopia.
Uma característica deste método é que ele poupa a mama de uma cicatriz, deixando-a localizada na região axilar, por outro lado algumas pacientes incomodam-se esteticamente com essa cicatriz, ao usarem um biquíni ou roupas sem mangas.
O acesso via axilar tem um índice um pouco maior na taxa de infecção . Em cerca de até 9% das pacientes, podem ocorrer assimetria no posicionamento da prótese em relação ao sulco mamário,devido a um deslocamento do implante para cima, em direção ao túnel dissecado.
O pós operatório pode ser um pouco mais doloroso em decorrência de um maior descolamento cirúrgico. O tempo de cirurgia e o custo são maiores.
Revisões posteriores de implantes colocados via axilar podem exigir incisões inframárias ou periareolares.
É uma técnica útil, mas procuramos indicá-la para aquelas pacientes que realmente não aceitam cicatrizes na mama já sabendo que é um método mais elaborado, com um índice de complicações um pouco maior.
Sobre a Prótese
Existem duas posições para a colocação da prótese em relação relação ao tecido mamário: retroglandular ou retromuscular:
Retromuscular
Cada caso merece uma avaliação para a escolha da melhor opção. De maneira geral, indica-se colocar a prótese atrás do músculo peitoral (retromuscular) apenas nos casos em que a paciente possui muito pouco tecido mamário , ficando desta forma a prótese mais protegida e escondida atrás deste músculo. Esta técnica não é utilizada de rotina em todos os pacientes por ser mais agressiva, devido ao corte feito na musculatura peitoral, ficando este músculo com sua função debilitada. Além disso apresenta um pós-operatório mais dolorido e com maior incidência de sangramento.
Usada nos casos em que há pouca quantidade de tecido mamário cobrindo a prótese. Coloca-se a prótese atrás do músculo.
Retroglandular
Nos casos em que há tecido mamário suficiente, não é preciso colocar o implante atrás do músculo, ficando este logo abaixo da glândula mamária (retroglandular). Essa abordagem é mais simples, com menor índice de complicações e é a situação mais frequente.
Nas pacientes com flacidez de pele, que fazem a colocação da prótese, a posição retroglandular é a mais recomendada. Se o implante for colocado em posição retromuscular essas pacientes podem ficar com os implantes presos em uma posição mais alta, quando houver a queda da mama, apresentando uma complicação conhecida como sinal de dupla bolha.
Esta é a técnica mais usada, a prótese ficará diretamente atrás da mama. Menos dolorida e com menor incidência de sangramento no pós- operatório.
É um equivoco frequente das pacientes achar que com a prótese retromuscular a mama não sofrerá queda . A prótese em posição retromuscular não impedirá a queda da mama, quem determina esta resistência é a qualidade da pele de cada paciente.
Uma queixa presente em algumas das pacientes que possuem a prótese retromuscular é de apresentar uma depressão assimétrica da mama durante a contração muscular.
Escolha do tamanho
Esta decisão é muito particular. Em primeiro lugar, o mais importante é você transmitir para seu médico exatamente o que você deseja em relação ao tamanho da sua mama após a cirurgia. Ou seja, “quero algo proporcional”, ou “quero grande”, ou “não quero nem muito grande e nem muito pequeno, mas quero que apareça”, ou “gostaria do maior tamanho possível”, e assim por diante. Com base no seu desejo as questões técnicas para a escolha do implante serão analisadas, como: consistência da pele, presença ou não de flacidez, largura das mamas e do tórax, altura da paciente, entre outras. Desta forma nós poderemos juntos escolher uma prótese o mais próxima possível ao que você deseja.
É muito comum as pacientes comentarem sobre o volume que uma determinada amiga colocou querendo que o seu seja o mesmo. Não se apegue aos números das próteses, pois uma mesma numeração pode ficar grande para uma pessoa e pequena ou proporcional para outra. Vários fatores influenciam nesta proporcionalidade. Por isso, você deve transmitir o que você pretende e deixar que seu cirurgião te ajude na escolha da numeração adequada.
São diversas as características das próteses mamárias que são importantes na sua escolha.
Textura
Diz respeito a superfície do envoltório da prótese que pode ser lisa ou áspera (texturizada). Atualmente as próteses texturizadas são as mais utilizadas, devido a menor ocorrência de contratura capsular.
Formato:
Existem no mercado alguns tipos de formato:
Prótese redonda:
Em geral, os implantes redondos tendem a aumentar a mama preenchendo-a como um todo. Atualmente é a prótese mais utilizada. Preenche toda a mama, proporcionando maior colo e um formato mais desejável pela maioria das mulheres.
Prótese Anatômica ou em Gota:
É desenhada para refletir o perfil de uma mama natural com mais volume na parte inferior, sem preencher tanto a parte superior da mama, dando menor projeção ao colo. Isso é uma desvantagem para a maioria das pacientes já que um dos principais desejos ao se colocar um implante mamário é o de preencher o polo superior da mama. Não costumamos fazer uso desta prótese.
Prótese cônica:
É uma prótese muito estreita com uma projeção acentuada. É pouquíssimo utilizada pela maioria dos cirurgiões.
Perfil
Existe também diferença no perfil das próteses: perfil baixo, alto e super alto. Este perfil é classificado de acordo com a altura e o diâmetro do implante.Em geral utilizamos os perfis alto e super alto para alcançar uma maior projeção e dar o efeito tão desejado de um colo cheio e preenchido.
Durabilidade do implante e tempo para troca
O implante mamário tem um tempo de durabilidade que varia muito para cada paciente. Isso tem haver com a interação da prótese com o organismo da paciente.
Hoje as próteses são preenchidas com um gel de silicone altamente coesivo, que proporciona uma consistência mais parecida com a da mama. Este gel também é importante na maior durabilidade das próteses atuais.
Os fabricantes dão em geral 10 anos de garantia para substituição do implante em caso de ruptura. Alguns prolongam essa garantia por período de tempo indeterminado, o que não significa que a prótese irá durar para sempre, apenas que será fornecida outra prótese para substituição.
A decisão de trocar ou não a prótese não depende do tempo, mas sim do estado da prótese. Você terá que substituir a prótese caso queira aumentar o volume das mamas, em caso de ocorrer contratura capsular, ou se houver uma ruptura da prótese.
Caso não ocorra nenhuma dessas situações não há porque trocar o implante.
Contratura Capsular
Toda vez que colocamos algum corpo estranho no organismo, caso este não consiga ser eliminado ou absorvido, ocorre uma reação ao redor deste material, formando uma cápsula de tecido fibroso. Como a prótese de silicone não é absorvível, há a formação de uma cápsula fibrosa ao redor do implante. Esta cápsula normalmente passa despercebida, porém em alguns casos ela se torna mais espessa e começa a apertar a prótese, podendo causar desde um leve endurecimento da mama até uma deformidade maior associada a dor. Nestes casos indica-se a retirada do implante e desta cápsula , com a reintrodução de um novo implante. A causa desta contratura não é ainda conhecida, porém observou-se que os implantes com superfícies texturizadas apresentam um índice muito menor
de contratura, quando comparados com os implantes lisos.
Pós-operatório e cuidados
Após a cirurgia é feito um curativo simples com gase e micropore, que é retirado após uma semana pela nossa equipe. A partir de então a própria paciente fará a troca diária deste curativo após o banho.
Há geralmente pouco inchaço e equimoses após a inclusão da prótese mamária. O que se percebe nos primeiros dias é a sensação de pele esticada. A dor é discreta e controlada com analgésicos prescritos.
As suturas são feitas internamente com material absorvível, portanto não há necessidade de retirada de pontos.
Não é preciso fazer repouso, mas é importante que seja restrita a movimentação dos braços. Isso é importante para evitar sangramentos e abertura da ferida operatória. A paciente deverá dormir de barriga pra cima pelo período de cerca de 1 mês.
A exposição solar deve ser evitada até a cicatrização completa da ferida operatória.
O retorno as atividades diárias ocorre em cerca de 2 dias, mas mantendo algumas restrições por duas semanas (evitar erguer os braços, carregar peso ou dirigir). As atividades físicas normalmente são liberadas dentro de 1 a 2 meses após a cirurgia.
Apesar do resultado imediato ser muito bom, somente em torno de 6 meses é que as mamas atingirão sua forma definitiva. Um período de cerca de 2 anos pode ser necessário para definição do aspecto das cicatrizes.
Mamas após a gravidez e amamentação
Uma gestação traz diversas modificações no aspecto das mamas. Se elas irão retornar ao aspecto pré gestacional dependerá muito do fator genético, do ganho de peso durante a gravidez e do tempo de retorno até o peso normal , assim como do tempo de amamentação.
Poderá ocorrer ou não flacidez nas mamas ou até ptose (queda) destas. Algumas vezes a flacidez poderá ser atenuada com a substituição do implante por um de maior tamanho ou ser necessária a realização de uma mastopexia com retirada de pele das mamas.
Não há evidência médica que demonstre que implantes mamários interfiram na amamentação. Entretanto, a cirurgia mamária pode afetar o formato, função e sensação do mamilo e o tecido mamário adjacente. Isto pode sim dificultar a drenagem do leite. Normalmente quando são utilizadas as incisões no sulco mamário ou na axila, dificilmente a paciente terá alguma disfunção, porém quando se utiliza a incisão periareolar, pode ocorrer algum grau de dificuldade ou até mesmo a incapacidade de amamentar.
O que pode ocorrer em algumas pacientes que optam pelo acesso areolar, é que o processo cicatricial venha interferir na recanalização dos ductos mamários, levando em alguns casos a ingurgitamento mamário e até uma mastite (inflamação das mamas).
Câncer de mama e mamografia
Até o momento não há evidências médicas que demonstrem que mulheres com implantes mamários apresentem um risco maior de desenvolver câncer de mama. Após o aumento das mamas, a mulher deve continuar a consultar um médico para fazer verificações normais para detecção do câncer de mama.
Os implantes mamários podem interferir na realização e na qualidade das mamografias,. É Importante informar o radiologista sobre a presença dos implantes, uma vez que técnicas especiais precisarão ser usadas para se conseguir as melhores imagens possíveis do tecido mamário. Na presença de um implante mamário de silicone, pode ser mais difícil avaliar a mamografia, porque o implante aparece no raio-x como uma sombra densa que pode esconder pequenos nódulos, sejam eles benignos ou malignos. Outros exames podem ser realizados para complementar a investigação das mamas como a ultrassonografia e a ressonância magnética.
Por outro lado, inúmeros trabalhos científicos não demonstram haver diferenças no diagnóstico do câncer de mamas quando se comparam as mulheres com ou sem próteses. Não há diferença também no tamanho do tumor na época da descoberta, nem do tratamento a ser realizado ou da evolução da doença.
Deve ser observado que a pressão aplicada pelo equipamento de mamografia sobre os implantes poderia danifica-los, causando ruptura ou difusão aumentada do gel. No entanto, o risco de isto ocorrer é considerado muito pequeno.
O que devo esperar da cirurgia
A cirurgia de inclusão de prótese mamária traz resultados muito compensadores e é responsável por um importante incremento na auto estima da maioria das mulheres que fazem essa cirurgia.
Algumas coisas devem ser do seu conhecimento para que você fique satisfeita com o procedimento.
As mamas, como a maior parte do nosso corpo, geralmente apresentam uma assimetria. A tentativa de correção dessa assimetria pode ser feita no intra-operatório, com o uso de próteses de diferentes volumes, mas nem sempre é possível simetriza-las totalmente.
Uma dúvida frequente das pacientes que se submetem a mastoplastia de aumento é se as mamas irão ficar juntinhas após a cirurgia. Esse fator independe da prótese colocada ou do cirurgião. Trata-se de uma característica das mamas e do tórax da paciente ou seja se as mamas já forem juntas elas irão ficar ainda mais, mas se forem afastadas isso poderá melhorar com a cirurgia, mas muitas vezes será necessário o uso do soutien para deixa-las “juntinhas”.
As mamas podem cair com o passar do tempo, oscilações de peso e até o próprio peso da prótese pode contribuir para essa queda. O fator mais importante é a qualidade da pele da paciente. Isso quer dizer que pode sim haver queda das mamas após a colocação da prótese.
Outro ponto importante é que o implante de próteses mamárias não se destina a corrigir mamas com queda. A sua colocação pode preencher o polo superior de uma mama com uma queda pequena a moderada. Muitas vezes a mulher deseja esse colo mais cheio ,mas não quer realizar a mastopexia com retirada de pele ,pois não deseja as cicatrizes desta cirurgia. Nesse caso a colocação de uma prótese é uma boa indicação desde que a paciente saiba que a queda se manterá.
Em algumas pacientes pode ocorrer o surgimento de estrias devido à distensão súbita da pele causada pelo implante. Isso não é frequente , sendo mais comum em pacientes jovens e/ou com pele muito firme.